quarta-feira, 29 de setembro de 2010

21/09/2010 inesquecível !!

Você pode até não acreditar, mas esta história é verdadeira e aconteceu comigo no dia 21 de Setembro de 2010.
Eu e Regina embarcamos de Veneza para o Rio de Janeiro, na Air France, com escala em Paris. Ao chegarmos em Paris, às 19h30, soubemos que o vôo AF442 para o Rio havia sido cancelado por problemas mecânicos na aeronave. Entramos numa fila caótica no check-in da Air France e somente depois de muito tempo fomos atendidos. Informaram que o vôo só sairia no dia seguinte e passaríamos a noite num hotel. Mas como? As nossas roupas e produtos de higiene pessoal estavam em nossas malas despachadas em Veneza e que, supostamente, iriam direto para o Rio.
Um assistente da Air France ligou para alguém que conseguiu achar nossas malas no imenso aeroporto de Charles de Gaulle. Fomos informados que elas seriam colocadas na esteira 27. Saímos do check-in e cruzamos o aeroporto, um dos maiores do mundo, em busca da esteira 27 - se é 27, é porque existem 26 antes... :) - Tivemos que buscar ajuda do customer service da Air France para nos autorizar a entrar na área do desembarque, onde fica a entrega de bagagens. Lá estavam as nossas malas rodando sozinhas e abandonadas na tal esteira 27. Tiramos as coisas pessoais e um kit básico de roupas e colocamos numa sacola de mão.
Voltamos para o check-in, cruzando o aeroporto de novo. Ao chegarmos lá encontramos muitos soldados com metralhadoras em punho. Todos de roupas de batalha. Era o exército francês fazendo um arrastão e evacuando o aeroporto devido a ameaça de bomba. Duro foi descobrir o que ocorria, pois eu falava em inglês e o soldado nervoso me empurrava mandando andar em francês... e com a metralhadora nas mãos.
Fomos para a zona 4 de embarque. Entramos na fila de novo. Ao chegar a nossa vez, o exército aparece de novo e manda evacuar a área. Era por volta das 21h30 da noite. Fomos para a área 2. Finalmente, depois de mais um tempo em fila, conseguimos ser atendidos. Eles marcaram as nossas malas, mas não conseguimos despachá-las pois aquela não era a área da Air France, que estava interditada pelo exército francês. Os funcionários da Air France estavam ali apenas usando os computadores.
Carregamos nossas malas conosco e fomos parar no único restaurante aberto no aeroporto, já passava das 10 da noite e o restaurante estava lotado, uma confusão, local sujo, garçons mal educados e cansados, um stress tremendo. Comemos o que conseguimos encontrar disponível, uma comida bem ruinzinha. Um jantar "inesquecível". Saímos correndo do restaurante para pegar o ônibus fornecido pela Air France para o hotel. Foi um stress para achar o local do ônibus. Tudo lotado, passageiros cansados, sem paciência. Desorganização total. Ficamos 20 minutos esperando para aparecer um ônibus. Chegaram 2 ônibus que não conseguiram atender todos passageiros que estavam na espera. Foi um empurra-empurra danado. Depois de todos dentro dos ônibus, com gente em pé nos corredores dos veículos, uma senhora diz que perdeu o marido. Desespero total. Todo mundo gritando pelo Pedro Henrique. O ônibus não iria sair sem o Pedro Henrique. Foi quase meia-hora até "o mala" do Pedro Henrique aparecer. Como alguém pode perder o marido? Já era 23h30 e a gente continuava lá, no aeroporto Charles de Gaulle. O tal do Pedro Henrique estava dormindo na última poltrona do ônibus.
O ônibus saiu e nos levou para o hotel, que fica a 50 minutos dali !!! Incrível!!! A 30 quilômetros de distância. O hotel que a Air France nos cedeu, gentilmente, ficava na EuroDisney!!! Será que não tinha nenhum mais perto?
Ao chegarmos no hotel ocorreu a confusão de sempre. Dezenas, centenas de pessoas fazendo o check-in simultaneamente. Aliás, é só imaginar todos os passageiros de um jumbo jantando num único restaurante, tomando o ônibus, fazendo check-in no mesmo hotel... ao mesmo tempo.
Fomos dormir depois de 1 da manhã para acordar às 5h30, já que o vôo havia sido alterado para a manhã do dia seguinte. O vôo, previsto para decolar às 11 da manhã, acabou decolando depois de meio-dia. E, para completar o quadro, no dia 21/09, dia de toda a aventura descrita, nós comemorávamos 25 anos de casados. Dia inesquecível!!!
Ficou na memória os shampoos do hotel da EuroDisney...

(este texto eu escrevi dentro do avião de Paris para o Rio de Janeiro)

Um comentário:

  1. Ai, Mauro! Passei mal com a história do Pedro Henrique! Hahahahaah E que incríveis os shampoos do hotel! Pelo menos isso pra dar uma animada, ne?

    Acho que esses dias em que dá, literalmente, tudo errado são pra fazer com que a gente leve a nossa vida menos a sério. Rir de si mesmo às vezes é a solução! Beijos!

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