Olhar para os indianos me emociona. Em sempre tento imaginar o que passa pela cabeça deles. A primeira percepção é que é um povo resignado com o sofrimento. Todos parecem conformados com o que tem, mesmo que o que tenha seja próximo do "nada".
Andar pelas ruas é uma experiência marcante. O caos, as dificuldades e sofrimento das pessoas saltam aos olhos. Desorganização, calçadas semi-destruídas, transporte público quase inexistente, muito lixo e sujeira, ônibus velhos e lotados, milhares de motocicletas e tuk-tuks em zigue-zague intermináveis, buzinas o tempo todo, um calor escaldante e pedestres que andam feito zumbis atravessando as ruas. As pessoas parecem andar nas ruas com as cabeças baixas. Qual é o futuro desse povo?
Participar de reuniões de trabalho com os indianos tem sido uma experiência fascinante. A grande maioria são jovens muito inteligentes. Eles apresentam seus planos e projetos com brilho nos olhos. Estão sempre sorrindo, confiantes e orgulhosos. Suas apresentações são muito competentes, vibrantes, demonstrando uma auto-confiança que impressiona. Sempre falam com visão do mundo. Quase sempre são projetos globais provendo serviços para alguma parte do planeta. As grandes empresas de tecnologia do mundo (como IBM, HP, Microsoft, Accenture, Google, etc), somadas, têm centenas de milhares de profissionais indianos em suas instalações no país. Todos com nível superior e muito talentosos. Por exemplo, o grupo de Global Marketing Center da IBM, em Bangalore, é formado por 60 profissionais, todos muito jovens, com menos de 1 ano de trabalho na empresa e 80% deles com o curso de mestrado. Os jovens da Índia querem conquistar o mundo.
Plagiando o Renato Russo: que país é esse?
A impressão que eu tenho é que nova geração vai mudar a Índia para sempre.
O desafio é imaginar quanto tempo vai levar para esta transformação, considerando que estamos falando de um país que em 2014 terá 1 bilhão e 500 milhões de habitantes.
Veja abaixo um colega meu da IBM Índia. Tive oportunidade de almoçar com ele em Bangalore.
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