
Acabei de receber a notícia que Mario Bethlem, ex-executivo e ex-presidente da IBM Brasil, faleceu ontem à noite.
Estou triste. Muito triste. A minha vontade foi de fechar as coisas e voltar para casa, deitar na cama e ficar lá até a tristeza passar. Mario Bethlem foi um dos executivos mais brilhantes que conheci. Certamente o mais inspirador no meu início de carreira. Ele não sabia, mas ele era o meu mentor. Não, não, ele era, sem saber, o mentor de muita gente na empresa. Uma pessoa iluminada, serena, visionária e olhos sempre brilhantes. Um otimista por convicção.
Lembro de assistir suas apresentações sempre na primeira fila. Gostava de aprender com ele. Eu chegava sempre antes para olha-lo fixamente. Como falar, os gestos, o olhar confiante e sempre falando de futuro, sempre falando de pessoas fazendo o futuro. Sempre sonhei em crescer na companhia e ser como ele. Se algum dia eu fosse um executivo importante na companhia, que eu fosse então como Mario Bethlem. Gosto de lembrar dele assim, ainda liderando a companhia, sempre sorrindo e nos recebendo afetuosamente para conversar.
Não, não, o Mario não merece que eu vá para casa e que fique deitado me lamentando da vida. Ele merece ser lembrado como uma fonte de inspiração, uma pessoa que passou pelo mundo e fez sua contribuição. Por isso eu decidi trocar a saída triste para casa por esse texto singelo de quinze minutos.
Boa viagem, Mario. O céu ficará ainda melhor com a sua chegada e seu sorriso. Abraços de um grande admirador, mesmo que eu nunca tenha dito isso para você pessoalmente.
Mauro.